quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

IF SHE DANCE, I DANCE (Se ela dança,eu danço)

“ Integrantes da cultura hip hop transmitem energia, usando a dança como uma forma de expressão".


Foto: Grupo de dança Millennium, grupo sênior
Maria Carolina Cândido

A cultura hip hop surgiu através de um movimento cultural  no final da Década de 1960 nos Estado Unidos como uma  forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. É uma espécie de “cultura das ruas”, um movimento de reinvidicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras e agressivas, no ritmo forte e intenso e nas imagens Grafitadas pelos muros das cidades e na dança com movimentos fortes e bem marcados mostrando a través da dança sua imposição e buscando liberdade de expressão.

Thurbo Braga – fundador e coreógrafo do Grupo de Dança Milennium, existente há 14 anos em Itajaí relata que o hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações artísticas Rap, Djs , Break e o Grafite.

Ele explica sobre as habilidades em que formam a cultura hip hop como o DJ que é considerado um operador de discos, que faz bases e colagens rítmicas sobre as quais se articulam os outros elementos, hoje o DJ é considerado um músico. Há diversos tipos de DJs: o DJ de grupo, de baile,festas,aniversários e eventos em geral e o DJ de competição.

Já o MC  que significa Mestre de Cerimônia, o MC tem como principal função animar uma festa e contribuir com as pessoas para se divertirem. Muitos MCs no início do hip-hop davam recados, mandavam cantadas e simplesmente animavam as festas com algumas rimas.

O Braking  (B-boying, Popping e Locking), por convenção, chama-se todas essas danças de Break Dance. Apesar de terem a mesma origem, são de lugares distintos e por isso apresentam influências das mais variadas. Desde o início da década de 60, quando a onda de música negra assolou os Estados Unidos, a população das grandes cidades sentia uma maior proximidade com estes artistas, principalmente por sua maneira verdadeira de demonstrar a alma em suas canções.

E por último o Grafite  que representa desenhos, apelidos ou mensagens sobre qualquer assunto, feitas com spray, rolinho e pincel em muros ou paredes. Sendo considerado por muitos uma forma de arte, diferente do "picho", que têm outra função de apenas deixar sua marca, o grafite é usado por muitos como forma de expressão e denúncia.

Entre as danças urbanas há variedades no estilo como: Hip hop Dance, House Dance,Wacking,Popping, Brakin, Ragga Jam, Vídeo Dance.

Thurbo fala sobre a relação do hip hop com a música eletrônica. ”Eu particularmente acho sensacional. Essa busca pelo novo pelo diferente realmente me fascina, o artista é isso, é inovação ,evolução. Acredito que temos que preservar as primeiras descobertas mais que também temos que descobrir coisas novas.”


De acordo com Thurbo Braga a cultura Hip hop é de extrema importância para sociedade atual, visto que desde a sua criação, o hip hop trabalha com a inclusão social. Oferecendo a oportunidade para as  pessoas de diversas classes sociais desde as menos favorecidas, de viver de maneira digna fazendo algo que gostam, e que além disso tem mais afinidade, por ser uma cultura nascida nos guetos. As diversas formas de manifestações artísticas da cultura, sendo elas representadas pelos dançarinos, Dj's, Raper's MC's, são muito atrativas aos jovens,adolescentes e até mesmo as crianças, formando assim um ciclo que sempre se atualiza e oportuniza mudanças sociais na vida das pessoas que se envolvem com o hip hop.


Apresentação do grupo Millenium no programa “Qual é o seu talento?” exibido no SBT.

Você pode saber mais sobre o grupo de dança millenium acessando o blog: http://ciamillennium.blogspot.com/




Representantes do grupo: Fran Mianes, Aline Bee e Camila Kiwi.


 Foto: Paola Carolina Santos Donne
Suzana Amaral é dançarina há 12 anos e já dançou em diversos grupos de Itajaí,também já deu aulas, mas atualmente ela continua dançando mas sem nenhum grupo específico.Ela explica que a dança urbana faz parte da cultura hip hop, na qual dá uma liberdade maior de criação e como a dança de salão possui várias modalidades, assim encaixando o perfil de qualquer pessoa. As danças urbanas começaram antes do hip hop, a unica delas que faz parte do hip hop é o Breaking que se iniciou na decada de 80 nas block parties, quando os DJS deixavam rolar os break beats e os dançarinos tomavam a pista pra mostrar seus movimentos. Por isso o nome breaking e os dançarinos denominados B. Boys e B. Girls, os Breakers dançam na batida da música, que tem como fundamento, top rocking, foot work e power moves.
Além do Lockin,popping e breaking, é claro também se destacam alguns estilos como: hip hop freestyle dance (estilo livre), house dance, dancehall, krumping, wacking e vogue. São diversos estilos que se encaixam dentro do hip hop.

 A música é uma evolução, o hip hop foi criado com a rima dos MC com a base do Reggae, ou seja, já começou de uma mistura de ritmos. Não existem limites de criação e sim uma evolução. O hip hop é uma cultura ampla e forte que não possui preconceitos e está de fácil acesso para qualquer pessoa, acredito o que faz uma sociedade é a sua cultura por isso sua importância pra todos”. Explica Suzana.

Vídeo de Suzana feat Elite Unit - Boa noite - Karol Conka
     
Para saber ver outros vídeos de dança da Suzana Amaral clique aqui.

 Para saber o que os jovens dançarinos acham sobre a cultura hip hop, Ana Caroline Gebauer integrante do grupo de dança Anjos de Rua há um ano em Itapema diz que dança porque gosta do estilo de música e do ritmo.
“Acho que a dança é uma forma de expressão, hoje em dia o mundo tá muito diversificado, todo mundo gosta um pouco de tudo, é difícil encontrarmos grupos como antigamente, só de rock, só de reggae acho que legal fazer essa mistura de ritmos juntando o hip hop com a música eletrônica, por exemplo. É um modo de inovar.” Explica Ana.
“Dançar pra mim é como andar, no começo eu assistia filmes, via as pessoas dançando e achava legal, os meus colegas dançavam perto de mim eu pensei: também posso fazer isso e depois, passei e treinar e a me dedicar cada vez mais.  Relata Caio Cesar Samuel da Silva, integrante do grupo anjos de Rua há 5 meses.
Ele  conta que as calças e camisetas largas não são apenas um figurino, mas que essa moda pega, para ele o hip hop tem um jeito mais solto, nada colado no seu corpo para te deixar mais a vontade.

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